Por Rose Pimentel Mader
Depoimento do Dr. Roald Corrêa, por ocasião do Jubileu de Prata da FEMM
Publicamos nesta edição, na íntegra, como parte da série FEMM 50 anos, um depoimento do médico Dr. Roald Corrêa por ocasião das comemorações dos 25 anos da Fundação Educacional Miguel Mofarrej (FEMM). Esse depoimento consta do livro FEMM 40 anos, publicado em 2011.
Uma pequena história de uma grande realização
A razão de ter-me envolvido com questões educacionais foi por idealismo, pois meu pai e familiares eram mestres, e por amor ao Colégio Santo Antônio, onde minhas filhas estudavam. Estávamos em fins dos anos sessenta, quando a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição tomou a decisão de fechar as portas da referida escola. Um grupo de amigos e pais de alunos incentivaram-me a assumir a responsabilidade do Colégio, e a Madre Superiora da Congregação concedeu-me o direito de dirigir aquela tradicional casa de ensino.
Foram momentos difíceis. O déficit era coberto com a colaboração dos professores e das rifas e festas que a ASAPAM – Associação Santo Antônio de Pais, Alunos e Mestres – promovia. Esse grupo, muito unido, ajudou-nos a levar a bandeira. As Irmãs nos ofereceram o prédio, livre de aluguel. Não citarei nomes destes amigos para não cometer injustiças. Dr. Salem, este idealista amigo, ao lado do dinâmico Mithuo Minami, deu início à formação de um grupo de mantenedores, para criar a então Fundação Educacional, que veio a se chamar Miguel Mofarrej. Fiz minha doação em dinheiro junto a outras empresas e pessoas físicas – fundos para dar início a um trabalho gigantesco e de alto custo.
Fui eleito como o primeiro Presidente da Fundação pelos meus pares, por três anos. Nessa ocasião, adquirimos a Faculdade de Administração de Empresas, escola particular. A Fundação não tinha condições financeiras para comprá-la; Haroldo Assunção, Mário Aluísio Egreja, Antoninho Viganó e eu assumimos este patrimônio e doamos, em ato público, à Fundação Educacional. Foi um gesto de desprendimento do grupo. Fui o diretor da Faculdade até conseguirmos um substituto.
O grande lutador Sérgio Pereira, meu maior cooperador, trouxe o Dr. Pedro Benjamin Vieira, grande batalhador, foi comigo a Brasília para receber o reconhecimento do curso de Administração de Empresas. Quando eleito, por mais três anos, como presidente da Fundação, conseguimos, no início do ano 70, a aprovação dos cursos da Faculdade de Ciências e Letras. Ninguém faz ideia do quão é difícil a montagem de uma faculdade e, depois, receber a aprovação do Conselho Federal de Educação. Fizemos muitas viagens ao Rio, Brasília, a fim de conquistar nossos anseios. Tudo foi feito com falta de dinheiro, algo difícil neste Brasil.
Substituído por Haroldo Assunção, fiquei como vice-presidente. O trabalho deste meu grande amigo foi de suma importância para a estabilidade dos cursos da Faculdade. Um sóbrio e consciente homem que conduziu a Fundação para vê-la vitoriosa. Surge, então, o jovem Nildo Ferrari, dando uma nova força para levar avante a bandeira que trouxemos, Haroldo Assunção e nós. Um trabalho magnífico tem feito este jovem ourinhense. Com entusiasmo e galhardia, com fé e mocidade, ele tem glorificado o árduo trabalho que tivemos todos nós.
Como disse, não fomos nós sozinhos que trouxemos até aqui estas escolas e esta Fundação, porém muitas pessoas as quais não iremos relacionar, mas a quem somos eternamente gratos.
Dr. Roald Corrêa